Prescrição medicamentosa por outros profissionais da saúde.
- Carlos Frederico de Almeida Rodrigues
- 24 de mar.
- 3 min de leitura

Abordagem bioética sobre a autorização de prescrição para farmacêuticos:
Introdução:
A prescrição de medicamentos é uma atividade fundamental na prática médica, e tradicionalmente, é realizada por médicos. No entanto, em alguns países, incluindo o Brasil, há uma tendência de ampliar a autorização de prescrição para outros profissionais de saúde, incluindo farmacêuticos.
Argumentos a favor da autorização de prescrição para farmacêuticos:
1. Aumento do acesso à saúde: A autorização de prescrição para farmacêuticos pode aumentar o acesso à saúde, especialmente em áreas rurais ou carentes de médicos.
2. Melhoria da eficiência: Os farmacêuticos podem ser mais eficientes na prescrição de medicamentos, pois têm uma formação mais específica em farmacologia.
3. Redução de custos: A autorização de prescrição para farmacêuticos pode reduzir os custos de saúde, pois os farmacêuticos podem ser mais baratos do que os médicos.
Argumentos contra a autorização de prescrição para farmacêuticos:
1. Risco de erros: A prescrição de medicamentos é uma atividade complexa que requer uma formação médica específica. Os farmacêuticos podem não ter a mesma formação e experiência que os médicos.
2. Falta de supervisão: A prescrição de medicamentos por farmacêuticos pode não ser supervisionada por um médico, o que pode aumentar o risco de erros.
3. Conflito de interesses: Os farmacêuticos podem ter um conflito de interesses, pois podem ser incentivados a prescrever medicamentos mais caros ou mais lucrativos.
Resolução legal no Brasil:
No Brasil, a autorização de prescrição para farmacêuticos é regulamentada pela Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, que alterou a Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973.
De acordo com a Lei nº 13.021/2014, os farmacêuticos podem prescrever medicamentos em algumas situações específicas, como:
- Em programas de saúde pública, como o Programa Nacional de Controle da Tuberculose;
- Em situações de emergência, como em casos de acidente ou doença grave;
- Em áreas rurais ou carentes de médicos, desde que haja uma supervisão médica remota.
Além disso, a Lei nº 13.021/2014 também estabelece que os farmacêuticos devem ter uma formação específica em prescrição de medicamentos e que devem ser supervisionados por um médico em todas as situações.
Conclusão:
A autorização de prescrição para farmacêuticos é uma questão complexa que envolve argumentos a favor e contra. No Brasil, a Lei nº 13.021/2014 regulamenta a prescrição de medicamentos por farmacêuticos em algumas situações específicas.
Do ponto de vista bioético, é fundamental garantir que a prescrição de medicamentos seja realizada de forma segura e eficaz, respeitando os princípios de autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça.
Referências:
- Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014.
- Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973.
- Beauchamp, T. L., & Childress, J. F. (2013). Principles of biomedical ethics. Oxford University Press.
- Brasil. Ministério da Saúde. (2014). Portaria nº 2.434, de 8 de agosto de 2014.
É possível que enfermeiros prescrevam?
é possível que enfermeiros prescrevam medicamentos em certas situações e países. No entanto, as regulamentações e as responsabilidades dos enfermeiros variam amplamente dependendo da legislação e das políticas de saúde de cada país.
No Brasil:
No Brasil, os enfermeiros podem prescrever medicamentos em algumas situações específicas, como:
- Em programas de saúde pública, como o Programa Nacional de Controle da Tuberculose;
- Em situações de emergência, como em casos de acidente ou doença grave;
- Em áreas rurais ou carentes de médicos, desde que haja uma supervisão médica remota.
Além disso, a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que regulamenta a profissão de enfermagem, estabelece que os enfermeiros podem prescrever medicamentos e realizar procedimentos de enfermagem, desde que sejam autorizados por um médico.
Em outros países:
Em outros países, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália, os enfermeiros podem prescrever medicamentos de forma mais ampla, incluindo:
- Prescrição de medicamentos para doenças crônicas, como diabetes e hipertensão;
- Prescrição de medicamentos para condições agudas, como infecções e lesões;
- Prescrição de medicamentos para pacientes com necessidades especiais, como pacientes com deficiência intelectual ou física.
Conclusão:
Em resumo, os enfermeiros podem prescrever medicamentos em certas situações e países, desde que sejam autorizados por um médico ou que atuem dentro de suas responsabilidades legais e profissionais.
Referências:
- Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986.
- Ministério da Saúde do Brasil. (2014). Portaria nº 2.434, de 8 de agosto de 2014.
- American Nurses Association. (2015). Scope and Standards of Practice for Nurse Practitioners.
- Royal College of Nursing. (2019). Nurse Prescribing.
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